segunda-feira, 19 de maio de 2008

Aspectos da imigração

História da Imigração

Na sua génese, Portugal sempre foi visto como um país de emigrantes devido à sua longa história de emigração desde o início do século XX até aos anos 70, sensivelmente. No entanto, a emigração começou a ceder o seu lugar à imigração progressivamente à semelhança de outros países como Espanha ou Itália.
No início deste milénio, constatamos que somos cada vez mais um país de imigrantes. Constituem cerca de 5% da população, 11% da população activa e provêem de mais de 180 países. É, no entanto um fenómeno relativamente recente. No Censo de 1960, registava-se a presença de apenas 29 mil estrangeiros, dos quais 67% provinham da Europa, 22% eram brasileiros e apenas 1,5% africanos. Após o 25 de Abril de 1974, em resultado da descolonização, mas também dos dramáticos conflitos que posteriormente devastaram a maioria das ex-colónias portuguesas, aumentou sem cessar o número dos imigrantes africanos. Em 1980, num total de 58 mil estrangeiros residentes em Portugal, 48% eram já oriundos de África, 31% da Europa e 11% da América Latina. Apesar de tudo estes valores eram pouco significativos em termos demográficos. O grande surto da imigração em Portugal,
deu-se nos anos 90 devido a uma série de factores conjugados como a pobreza extrema e a crise económica por que passaram os países dos continentes africano e americano; o fim da União Soviética e o desenvolvimento económico de Portugal, a partir da adesão à CEE, em 1986 que acarretou consigo a realização de obras públicas que criararam postos de trabalho.A proveniência dos imigrantes diversifica-se, e estes espalham-se por todo o país. Hoje nas aldeias mais recônditas é possível encontrar imigrantes, contrariando a tendência de fixação na zona de Lisboa ou no Litoral português.
Até aos anos 90, a maioria dos imigrantes provinham de países lusófonos, facto que se compreende à luz das semelhanças a nível cultural e linguístico. Porém, depois da abertura das fronteiras da União Europeia por parte da Alemanha(1999), começou-se a moldar um tipo de imigração diferente e em massa proveniente da Europa de Leste. Devido à escassez de empregos na Alemanha, os imigrantes migraram para Portugal e Espanha onde existiam grandes necessidades de mão-de-obra para a construção civil e agricultura. A maioria desses imigrantes estavam divididos em dois grupos, os eslavos: ucranianos, russos e búlgaros, e os latinos de leste: romenos e moldavos. Um dos maiores grupos e que se fixou nas regiões de Lisboa, Setúbal, Faro e Porto são os ucranianos.A comunidade é de tal maneira numerosa que a Ucrânia passou de país distante e desconhecido a familiar, e que a maioria dos imigrantes de leste seja vista pelos portugueses como "ucranianos". A imigração de leste tornou-se de difícil controlo e começaram a actuar no país máfias que traziam e controlavam imigrantes. Estas máfias são um problema de grande dimensão associado à imigração no nosso país.
Também começou a surgir em Portugal, na última década, uma imigração oriunda do continente asiático-China e Índia- e a imigração de brasileiros para o nosso país intensificou-se. Há ainda alguns núcleos de imigrantes do Norte de África e da América Latina.
Por fim é importante falar de um tipo de imigração que não se enquadra tanto nos tipos de emigração falados há pouco: estou a falar dos cidadãos comunitários que aproveitam as boas condições de vida que Portugal oferece aos seus vizinhos da União Europeia, seja para reforma ou períodos estendidos de lazer, seja para exercício de uma actividade profissional no nosso país.
Na página seguinte temos uma tabela na qual está descrita a evolução da população imigrante no nosso país, desde 1960 até 2004, de acordo com os seus países de origem. Os países representados são os que têm comunidades imigrantes mais numerosas. É importante frisar que nesta tabela só são considerados os imigrantes com a sua situação legalizada, sendo por isso de concluir que a população imigrante em Portugal atinge valores muito maiores.

Sem comentários: