segunda-feira, 19 de maio de 2008

Descriminação dos imigrantes chineses

Infelizmente, em Portugal, as comunidades imigrantes têm sido muitas vezes alvo de discriminação. Desde a comunidade brasileira à comunidade ucraniana, passando pela chinesa e pela indiana, estamos habituados a ver nas notícias casos de violação dos direitos dos imigrantes e de discriminação de cidadãos dessas comunidades, que envergonham(ou deviam envergonhar) o povo português.

A comunidade imigrante mais visada por boatos e calúnias é a dos imigrantes chineses. Desde que começaram a chegar ao nosso país, os imigrantes chineses sentiram um clima, de algum modo, hostil, já que, profissionalmente, vieram ocupar o sector das actividades comerciais, no qual se inclui a exploração de lojas e de restaurante, sector este no qual têm adquirido lucros consideráveis, decorrentes dos baixos preços praticados em ambos os tipos de serviços. Foram, então, vistos como uma ameaça pelos comerciantes portugueses que, concomitantemente, viam as suas receitas a estagnar ou a mesmo a diminuir, fruto não só da chegada dos chineses, mas também da inabilidade negocial dos nossos conterrâneos que não conseguiram arranjar mecanismos capazes de fazer valer as qualidades dos produtos portugueses. De salientar que a maneira de ser do povo chinês, muito fechado em torno da sua própria comunidade também constituiu um factor decisivo para esta conjuntura de desconfiança e de mal-estar relativamente à comunidade chinesa. Foi então que começaram a surgir todo o tipo de boatos, divulgados na internet, por e-mail, que acusavam os restaurantes chineses de extrema falta de higiene e aconselhavam as pessoas a não irem lá, ao mesmo tempo que surgia um boato ainda mais grave: a suposta ocorrência de raptos ocorridos em lojas de produtos chineses que visavam a extracção de orgãos para financiar o tráfico dos mesmos. Estes boatos surgidos no ano de 2006 careciam de qualquer fundo de verdade e eram apenas manifestações de puro ódio e xenofobia que visavam a “estigmatização dos cidadãos de nacionalidade chinesa e a tentativa de impedir o legítimo exercício das suas actividades comerciais”. A própria PJ e a PSP negaram a existência de “qualquer ocorrência respeitante a situações de raptos ou sequestros em lojas da Comunidade Chinesa”.

Em conclusão, é triste saber que há quem queira destruir a reputação e a imagem da comunidade chinesa a qualquer custo, mesmo quando se sabe que os membros dessa comunidade se limitam a trabalhar honestamente, cumprindo com as suas obrigações.

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